Vítor Meirelles nasceu em 18 de agosto de 1832, em Desterro (atual Florianópolis, Santa Catarina). Filho de Antônio Meirelles de Lima e Maria da Conceição Prazeres, teve um irmão chamado Virgílio. Os pais eram comerciantes, de recursos financeiros médios.
Vítor Meirelles de Lima gostava de ir à escola todos os dias, respeitava sempre os seus mestres e demonstrava grande ansiedade em aprender. Na escola, sentia prazer em desenhar bonecos e paisagens. Seus pais, ao perceberem seu gosto, procuraram um professor para orientá-lo na vocação artística.
Para tanto, encontraram o senhor Dom Marciano Moreno, um engenheiro argentino, que com muito prazer e eficiência ensinou os primeiros rudimentos do desenho geométrico a Vítor Meirelles.
Aos 14 anos, fez uma bela pintura em aquarela, representando sua terra natal, que foi apreciada pelo Conselheiro do Império, Jerônimo Francisco Coelho, quando visitou Desterro, em missão de governo. Ele ofereceu a Vítor Meirelles, tintas e pincéis, solicitando que desenhasse uma vista da cidade e copiasse uma litografia qualquer.
Quando retornou ao Rio de Janeiro, mostrou os desenhos ao Diretor da Academia Imperial das Belas Artes, Félix Émile Taunay, que apreciou os trabalhos e incentivou o Conselheiro do Império a custear os estudos de Vítor Meirelles, juntamente com outros amigos na corte.
Vítor Meirelles matriculou-se na Academia Imperial das Belas Artes, em 03 de maio de 1847, com quase 15 anos. Nesta escola, continuou sendo assíduo, a respeitar os professores e motivado em aprender.
Em 1848, recebeu uma medalha pelas exímias qualidades apresentadas, durante o seu percurso escolar. Com o passar do tempo, passou a custear seus próprios estudos, realizando desenhos de retratos e panoramas, bem como pergaminhos.
Em 1852, com vinte anos, prepara a tela de São João Batista no cárcere e concorre ao VII Prêmio de Viagem a Europa, conquistando-o.
Aos vinte e um anos, em 1853, inicia seus estudos na Europa e devido às suas qualidades de estudante, continua recebendo auxílio financeiro da Academia Imperial das Belas Artes para a realização de seus estudos.
No período de 1859/1860, acatando a sugestão do ex-diretor da Academia Imperial das Belas Artes, Manoel de Araújo Porto-alegre, inicia a obra "A primeira missa no Brasil", após grande estudo histórico. Esta obra levou quase dois anos para ser concluída e foi realizada em Paris. Ela mede 2m60cm x 3m 56cm e foi feita à óleo sobre tela. Está, atualmente, exposta no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
A realização desta obra ressalta Vítor Meirelles como um dos grandes artistas plásticos do século XIX.
Vítor Meirelles retornou ao Brasil em 18 de agosto de 1861, com vinte e nove anos e foi recebido como um vitorioso tanto no Rio de Janeiro como em Desterro.
Com o propósito de transmitir aos seus compatriotas tudo o que aprendeu nos centros culturais mais avançados do mundo, torna-se professor da Academia Imperial das Belas Artes, em 21 de setembro de 1861. Ele era um apaixonado pela arte, dedicando-se intensamente ao trabalho e ao ensino da mesma.
Ao ser proclamada a República, em 1889, inimigos políticos do artista, conseguiram sua demissão sob a alegação de idade avançada (57 anos).
Vítor Meirelles pintou outras obras ainda: Moema, Passagem de Humaitá, Combate Naval de Riachuelo, Batalha dos Guararapes, Juramento da Princesa Isabel, Retrato de D. Pedro II, Uma rua da cidade de Desterro, Panoramas da Cidade do Rio de Janeiro entre outras. A maioria das suas obras se encontra no Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro) e no Museu Vítor Meirelles (Florianópolis).
Vítor Meirelles morreu em 22 de fevereiro de 1903, com 71 anos, no Rio de Janeiro, onde está sepultado.
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